Na UV 2004, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Qual o segredo da sua administração política para manter a sociedade tão próxima do seu projecto político?
O cidadão é permanentemente o centro das nossas preocupações. Todos os nossos projectos são preparados a pensar nele. Temos vindo a trabalhar, desde sempre, no reforço da participação do cidadão. A tradicional e cíclica participação eleitoral é manifestamente escassa. A ideia é só uma: servir cada vez melhor, corrigindo a acção segundo as indicações recebidas e, sempre que necessário, reforçando os meios indispensáveis à concretização das mais-valias económicas, culturais e sociais pretendidas pelo cidadão.
Na sua opinião, face à actual conjuntura do ensino superior, qual seria a mais valia que a Universidade de Viseu traria para Portugal?
A solução encontrada para a Universidade de Viseu não é uma réplica das actuais universidades nacionais. O projecto aponta para um modelo inovador, com uma base eminentemente tecnológica, moldada à região, aberta à sociedade e ao mundo, complementar aos estabelecimentos de ensino superior preexistentes e cooperante com o empresariado local. A nossa Universidade será um factor coadjuvante muito importante para o desenvolvimento de Viseu e da região.
Viseu é um case study em termos de progresso e desenvolvimento urbanístico e a prova de que o interior do País tem dinamismo e força de vontade. Que medidas considera fulcrais para combater o espírito de auto-comiseração dos municípios do interior e de uma vez por todas acabar com a dicotomia litoral/interior?
Quais os principais motivos porque considerou recentemente que os municípios portugueses deveriam ser consultados e tomarem parte activa na "introdução do Ensino Inglês no 1.º Ciclo do Ensino Básico"?
Considera que a Reforma da Lei Eleitoral assim como uma futura revisão da Lei das Finanças Locais, contribuirá para uma credibilização e renovação da classe política assim como uma maior transparência dos actos de gestão de um Presidente de Câmara?
Sendo o ordenamento do território considerado o "calcanhar de Aquiles" no desenvolvimento económico de Portugal, de que forma a Associação Nacional de Municípios poderá ter um papel mais interventivo e eficaz?
Recentemente vieram a público declarações que indiciavam pressões de lobbies na área das obras municipais. Qual deve ser o papel da Associação Nacional de Municípios face a esta temática?
Enquanto presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, qual será, no seu entender, o grande desafio que se perspectiva a curto prazo para as autarquias portuguesas?
Dada a diminuição das receitas tradicionais das autarquias, bem como o aumento de competências delegadas pelo poder central, qual deverá ser a melhor mix de financiamento das autarquias? Aumento das taxas actuais, ou na reorganização e redistruibuição da receita obtida no município, entre governo e autarquia, como a percentagem (%) de IVA ou IRS, não obstante a contínua redução da despesa corrente?
Quando começaram os autarcas a exigir mais competência e mais responsabilidade num modelo em que os seus recursos são "grosso modo" resultado directo do desenvolvimento que a sua gestão fomentou?
Continua disposto para liderar a Associação Nacional de Municípios caso vença o PSD as próximas Autárquicas? Dados os objectivos desta Associação, acha que o Dr. Rui Rio seria um bom seguidor do seu trabalho na A.N.M.P.?
Na sua qualidade de Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e de conhecedor profundo dos meandros autárquicos em Portugal, considera que o crescimento substancial da força eleitoral do PSD em regiões tradicionalmente difíceis, como o Alentejo, já nas próximas eleições autárquicas, poderá ser uma realidade?
Paulo Morais acusou, recentemente, vários autárquicos de cederem a pressões imobiliárias. Como Presidente da Câmara de Viseu, cidade que sofreu uma forte expansão urbanística nos últimos anos, considerou esse ataque como um ataque à sua autarquia?
Enquanto Presidente da Associação Nacional de Municípios, quais julga ser os principais desafios tendo em vista o estreitamento de relações entre os mesmos?
Considera que o controlo camarário sobre o urbanismo está a ser feito correctamente? Não devia ser mais rígido, para evitar a saturação do mercado ou será esse papel da responsabilidade exclusiva do Governo?
Que medidas pode um executivo autárquico aplicar, de forma a permitir uma agilização dos processos administrativos, tendo em conta que muitas vezes têm que funcionar com colaboradores estáticos, apáticos e desmotivados?
Como autarca exemplar, Presidente da Associação Nacional de Municípios, e estando nós a iniciar o percurso de uma vida política que nos poderá levar a ocupar lugares de autarcas, quais são os desafios que nos propõe e conselhos que nos dá?