Na UV 2004, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Acredita no choque tecnológico? E que efeitos positivos traria esta medida/acção à economia portuguesa?
É um conceito interessante mas que não pode resultar em mais despesa pública e subsidiação às actividades empresariais.
O essencial é aumentar a qualificação dos portugueses (designadamente nas tecnologias de informação), introduzir as novas tecnologias na Administração Pública e na relação com o cidadão, e abrir os mercados levando a uma maior concorrência que estimule a inovação.
Sendo um dos mais brilhantes gestores portugueses, e um dos membros mais destacados do movimento "Compromisso Portugal" consideraria o desafio de se tornar Ministro das Finanças ou da Economia? Que medidas adoptaria para tornar Portugal um País atractivo para o investimento estrangeiro?
As medidas para estimular o investimento estrangeiro são as mesmas para o investimento em geral. Devemos criar o enquadramento que permita o investimento com qualidade, seja português ou estrangeiro:
- recursos humanos qualificados
- sistema fiscal competitivo
- justiça célere e justa
- legislação laboral flexível
- estado eficiente e uma administração não burocrática
- condições ambientais e de qualificação urbana e rural para atrair recursos humanos
- mercados abertos.
A Espanha é cada vez mais conotada como uma ameaça para Portugal, nomeadamente através das aquisições de grupos espanhóis em diversos sectores estratégicos como a banca ou a comunicação social. Na sua perspectiva a Espanha é efectivamente uma ameaça ou pode constituir uma oportunidade para as empresas portuguesas?
Tendo em conta a recente aposta no âmbito da responsabilidade social com a criação da Fundação Vodafone, quais os projectos que pretende desenvolver na área da gestão ambiental?
A passagem de serviços do Estado para os privados será a resposta para o défice? Ou a resposta é menor Estado (reorganização dos meios) e melhor Estado?
No contexto empresarial português, faz sentido contratar economistas/gestores de empresas estrangeiras ou há bons cursos em Portugal para formar quadros competitivos?
Segundo alguns a solução para a diminuição do défice está no controlo da despesa pública e no aumento das exportações. Quais as medidas a tomar por parte do Estado para o controlo da despesa? Que medidas devem ser tomadas por parte do Estado para que os privados aumentem as exportações?
Há uns meses declarou: “é preciso acabar com o paradigma que Espanha é uma ameaça”, e acrescentou que o país vizinho é uma boa oportunidade, principalmente para as pequenas e médias empresas. Qual a razão que o levou a tomar tal posição?
Tendo em conta a conjuntura actual, qual considera ser a percentagem do investimento por parte do Estado Português na investigação e desenvolvimento que deve ser dado à componente privada?
Até eu tinha esperança que o Prof. Campos e Cunha conseguisse pôr em prática algumas soluções que eram defendidas não só por ele próprio, como pelo Compromisso Portugal do qual faz parte. Aconteceu o que todos vimos. Se porventura o Eng.Sócrates o convidasse para Ministro das Finanças pensa que conseguiria aplicar as medidas que todos sabemos quais são?
Qual a sua opinião acerca da flexibilização do sigilo fiscal? Considera a divulgação anual dos rendimentos decisiva para o combate à evasão e fraude fiscais?
O Dr. António Carrapatoso faz parte do Compromisso Portugal, um projecto que visa uma acção mobilizadora na nossa sociedade. Que medidas propõe o “Compromisso Portugal” para garantir uma igualdade de oportunidades entre os cidadãos?
O actual governo propõe como principais investimentos públicos a (nível de obras públicas) o novo aeroporto da Ota e o TGV. Para nos aproximarmos da Europa, considera preferível fazer um investimento de elevado montante e alto risco como estes ou aplicar esse montante para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos (como a saúde, educação, empregos, etc...)?
Tendo estado integrado num projecto na Vodafone não pude deixar de notar no extremo cuidado em fornecer aos trabalhadores condições de conforto e bem estar. Também a cultura da empresa é profundamente difundida em todos os recantos. Gostaria de saber a opinião sobre a influência que têm estes factores na produtividade quer dos indivíduos, quer da empresa no seu todo.
Defendeu recentemente no Diário Económico a responsabilização dos executivos e dos próprios agentes independentes de consultoria na aplicação dos planos de Investimento público. De que forma passaria a ser realizada essa avaliação e quais seriam as consequências para os agentes em questão em caso de avaliação negativa?