Na UV 2004, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Considera que há falta de humildade intelectual em Portugal? Se sim, parece-lhe que esse factor é uma barreira ao nosso desenvolvimento cultural?
O grande problema português é o do analfabetismo primário (ou, se preferir, iliteracia), acompanhado de uma auto-suficiência estúpida, mais que arrogância intelectual. Enquanto não houver uma verdadeira dimensão cultural da vida portuguesa, esse será um factor de atraso irremediável.
Como homem da cultura, considera a política do subsídio uma prática recomendável?
Há algumas actividades que carecem do apoio do Estado, por exemplo, não é possível manter uma orquestra sinfónica sem ele. Mas o chamado subsídio à criação é uma forma de parasitismo orçamental com resultados mais do que discutíveis.
Como vê o futuro da união Europeia, considerando que os jovens são um dos grupos menos identificados com a construção europeia? E já agora, como poderemos nós - jovens políticos - contrariar esse afastamento?
Considera que a adesão de novos Estados membros à União Europeia deve passar para um plano secundário sendo prioritária a consolidação da União já existente?
Muitas vezes, em conversas com pessoas da JSD, ouço dizer que Portugal - e consequentemente a política - precisa de gestores. Qual é a opinião de um político da área das letras sobre as necessidades dos quadros dos partidos?
Quando procurava na internet informações sobre o seu pensamento deparei-me com a seguinte conclusão: é em sites brasileiros que temos mais e melhores reflexões. Será que não somos capazes de circular e discutir ideias em Portugal?